
Doze meses após o voo JJ3306 aterrissar no Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante, às 9h18 de sábado, a saudação do piloto da TAM Airlines reverbera: “É uma alegria para todos nós estarmos participando desse importante evento da aviação comercial brasileira e para a região do Nordeste brasileiro”, disse o comandante Alexandre Russo, que pilotou a aeronave na época. Um ano depois, o novo terminal do Rio Grande do Norte é estudado – por coincidência ou não – pela mesma companhia para se tornar a nova porta de entrada do país: um centro de conexões áreas (hub) com outros continentes.
Voo JJ3306, da TAM, foi o primeiro a aterrissar no Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante, há 12 meses. Hoje, a empresa volta ao centro das atenções com anuncio de hub para o Nordeste

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Com o hub, a LATAM — holding formado pelas companhias brasileira TAM e chinela Lam – quer descentralizar a atividade aérea internacional do centro-sul do país. A região hoje concentra vôos, nos aeroportos de Guarulhos e Viracopos, ambos em São Paulo, das quatro companhias áreas brasileiras. O Aeroporto Internacional de Guarulhos, por exemplo, concentra os vôos da TAM para 50 destinos, sejam nacionais ou internacionais.
De acordo com a própria companhia, o investimento será aplicado entre 2016 e 2017, e consumirá 40% do investimento Apex da TAM no Brasil, além de mais R$ 3,9 bilhões em movimentação de aeronaves. Segundo o jornal Valor Econômico, a companhia planeja investir R$ 13 bilhões no Brasil no biênio 2015/2016, dos quais R$ 5,2 bilhões seriam aplicados na consolidação do hub. No total, um investimento de R$ 9,1 bilhões.
Embora tenha sido projetado para se tornar um centro de conexões, o Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante/Natal ainda disputa o novo investimento da companhia com Recife e Fortaleza. Ambas as capitais, além de economicamente mais fortes, possuem a seu favor a infraestrutura rodoviária, ferroviária e portuária já consolidada, além de um turismo sólido no cenário nacional, o que garante a movimentação de passageiros para o destino durante todo o ano.
Já o ASGA tem como aliado, principalmente, o potencial de expansão: além de ser o segundo maior sítio aeroportuário do Brasil, não possui restrições de construção, uma vez que fica distância das áreas urbanas; possui uma pista com capacidade para receber o maior avião comercial do mundo (airbus A380), a proximidade de um pólo produtor do querosene de aviação – a refinaria Clara Camarão, em Guamaré –, e um terminal de passageiros com suporte para movimentação anual de até 40 milhões de passageiros, quase 20 vezes mais do que a movimentação atual.
ModeloDe acordo com Jorge Leal Medeiros, professor de transporte aéreo e aeroportos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), o ‘hub’ é um modelo cada vez mais adotado pelas companhias áreas. Inicialmente, foi adotado para o transporte de cargos das companhias norte-americanas.
“O hub é um ponto em que as companhias concentram vôos para permitir ligações mais frequentes com destinos de baixa demanda”, explica Medeiros. O modelo é disseminado entre os maiores aeroportos do país, como Guarulhos (SP), que é hub internacional da TAM e doméstico da Gol, e Viracopos (SP), que é hub de cargas da Azul Linhas Aéreas.
Embora o centro de conexões resulte em mais vôos e mais opção para os passageiros, o modelo é pensado para diminuir os riscos de assentos vazios nas aeronaves. De acordo com o especialista em transporte aéreo, o terminal precisa estar preparado para receber essa concentração de passageiros.
“É o aeroporto que precisa dar a condição (para a implantação do hub). O aeroporto tem que permitir mais ligações entre portões de embarque. Tem que oferecer conforto e serviços, que é uma coisa que os nossos aeroportos não oferecem muito”, assevera Leal.
A economia gerada com a instalação do hub é o que garante o desenvolvimento das cidades no entorno do aeroporto, segundo o professor – principalmente quando se fala no setor de serviços. O caso Guarulhos, em São Paulo, é específico, pois a cidade já dispunha de uma base industrial sólida. Entretanto, nada impede que as cidades também criem um pólo industrial no seu entorno, como foi pensado inicialmente para São Gonçalo do Amarante. Entretanto, é preciso criar uma infraestrutura de transporte (seja ferroviário ou rodoviário), conectividade com o porto e incentivos fiscais.
“Você gera emprego e também Imposto Sobre Serviços (ISS) como taxas municipais”, analisa o especialista. “O que a TAM quer oferecer é um hub internacional, trazendo passageiros da Europa, desembarcando-os em Natal e distribuindo para outros centros. Com isso, vai ter que oferecer voos domésticos também”, acrescenta.

Tribuna do Norte
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