Pelo menos 120 mil empregos diretos, indiretos e induzidos devem surgir com a implantação do programa de Desenvolvimento da Aviação Regional no País. É o que estima a Secretaria de Aviação Civil depois que os 270 aeroportos previstos no programa estiverem em pleno funcionamento. Esse total considera um aeroporto como polo de desenvolvimento local, ou seja, a implantação de um aeródromo numa cidade implica no fortalecimento do turismo, hotelaria, estrutura de serviços de uma cidade e etc.
Dentro desse universo, com foco na aviação comercial e no consequente incremento da operação da aviação geral, devem surgir cerca de 30 mil postos de trabalho imediatos em diversas categorias profissionais. São funções típicas da operação aeroportuária, como coordenação do terminal, manutenção, apoio administrativo e financeiro, bombeiros de aeródromo, segurança patrimonial, limpeza, profissionais de navegação aérea e agentes de proteção da aviação civil, por exemplo.
Para essas 30 mil ocupações, surgirão outras 90 mil vagas que consideram outros postos indiretos ou induzidos que precisam ser criados, como ampliação do quadro de atendimento das companhias aéreas que atuarão nesses terminais, criação de áreas comerciais (restaurantes e lanchonetes, bancas de revistas, locadoras de carros, e etc.), comissaria, auxílio de rampa (retirada de bagagens), transporte de táxi, órgãos públicos, entre outros.
O programa prevê investimentos superiores a R$ 7,3 bilhões nos 270 aeroportos e consiste no fortalecimento e reestruturação da rede de aviação regional brasileira, com expansão da oferta de transporte aéreo e melhorias na qualidade da infraestrutura e dos serviços aeroportuários, por meio de concessões administrativas.
Atualmente, 77 aeroportos que fazem parte do programa já tem algum tipo de operação comercial em curso. “O Programa de Aviação Regional tem foco no desenvolvimento do interior do País e no acesso da população ao transporte aéreo. Os aeroportos como polos regionais são um atrativo econômico e sempre um fator incentivador no desenvolvimento da economia dos municípios”, explica Eduardo Bernardi, diretor do Programa. “As áreas de entorno dos aeroportos acabarão ficando mais valorizadas”, definiu Bernardi. O programa tem o objetivo de melhorar, aparelhar, reformar e expandir aeroportos de interesse estadual e regional.

CAPACITAÇÃO
Nos últimos dois anos, a Secretaria de Aviação Civil investiu R$ 17,8 milhões na capacitação de 1.340 profissionais. Foram 606 pessoas treinadas em 2013 e 734 em 2014 por meio de convênios com a Infraero e o Ministério da Aeronáutica, o que representa um aumento de 21%. Esses profissionais atenderam um total de 160 aeroportos regionais espalhados pelo País.
Em 2015, o trabalho continuará sendo ampliado, quando devem ser abertas novas turmas dos cursos, como fiscais de pátio e bombeiros de aeródromos, gestores, entre outros. Esses cursos serão realizados em parceria com o Comando da Aeronáutica, Infraero e Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Os cursos em parceria com o Comando da Aeronáutica (Comaer) serão o Curso Básico para Bombeiros de Aeródromos e o de Motorista de CCI (Carro Contra Incêndio de Aeródromo). Eles estão em fase de elaboração do Plano de Trabalho e do Termo de Execução Descentralizada (TED).
A parceria com a Infraero prevê os cursos de Tarifas Aeroportuárias, Planejamento e Avaliação dos Exercícios Simulados, Elaboração de Planos e Programas, Curso Básico para Gestores de Aeroportos Regionais, Curso Intermediário para Gestores de Aeroportos Regionais, Curso Básico para Gestores do Serviço de Prevenção, Salvamento e Combate a Incêndio em Aeródromos Civis (SESCINC), Curso Básico de Operações Aeroportuárias, Curso Básico de Manutenção Aeroportuária e Curso de Formação de Fiscais de Pátios e Pistas. Atualmente, eles estão em fase de elaboração do Projeto Básico para posteriormente ser elaborado o contrato. Além dos cursos oferecidos no ano de 2014, foram incluídos no Projeto Básico mais três cursos.
“A aviação brasileira vive um processo de estruturação a longo prazo. Nos últimos dez anos o crescimento superou nossas expectativas. Temos avançado em relação aos investimentos em infraestrutura e melhoria na prestação de serviços. A capacitação virou um dos nossos maiores desafios. Com o fortalecimento da tecnologia precisamos de profissionais com a mais alta qualificação”, definiu o secretário-executivo da Secretaria de Aviação Civil, Guilherme Ramalho.
Segundo ele, de nada adianta construir infraestrutura de concreto e aço se não tiver um profissional trabalhando. “Um terminal pode ser maravilhoso, mas não se traduz em ganho de eficiência se não existir gente treinada para ocupar os postos de trabalho. Isso vale para tripulação de aeronaves, mecânicos, bombeiros de aeroporto. Nosso desafio é, dentro de um ambiente de crescimento muito forte, ter a velocidade e a dinamicidade para formar gente capacitada, por meio de convênios com o ITA, Comando da Aeronáutica e Infraero”, afirmou o secretário-executivo.
Aviação Civil
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