
Os dados foram divulgados hoje pelo diário venezuelano Últimas Notícias, que explica que estas reduções, que em alguns casos chegam quase aos 80 por cento, têm como propósito "diminuir os gastos e continuar operando" perante "a dívida de de 3.700 milhões de dólares que tem o Governo (venezuelano ) com estas empresas".
Na Venezuela está vigente desde 2003 um férreo sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país e obriga as linhas aéreas a terem autorização para poderem repatriar os capitais gerados pelas operações.
Apesar do contexto de reduções, fonte da transportadora aérea portuguesa vançou telefonicamente à Agência Lusa que a TAP mantêm 3 operações semanais entre Portugal e a Venezuela, com a mesma quantidade de lugares.
O caso mais dramático é o da Tiara Air, de Aruba, que pediu proteção pelo "desajuste" financeiro que gera uma dívida de 39 milhões de dólares, e suspendeu os três voos semanais que realizava entre Caracas e Oranjestad, e disponibilizou menos 78% dos lugares disponíveis.
A colombiana Avianca anunciou que a partir de 7 de abril voará com menos 66% de lugares disponíveis e que suspenderá o voo diário entre Caracas e San José de Costa Rica, prevendo suspender outras rotas.
A Aeroméxico, que até dezembro último realizava um voo diário com capacidade para 212 passageiros, reduziu para 4 as frequências semanais e oferece apenas 160 lugares por operação.
A LAN Peru continua a manter um voo diário entre Caracas e Lima, mas em vez de 221 lugares disponibiliza apenas 144. A Copa Airlines também reduziu a disponibilidade em 24% nos 5 voos diários que realiza desde as cidades venezuelanas de Caracas, Valência e Maracaibo para o Panamá.
Por outro lado a Air Canadá, que em 2013 efetuava cinco voos semanais entre Caracas e Toronto, mais um voo adicional em dezembro reduziu para as frequências para 4 e a disponibilidade de lugares em 20%. A American Airlines continua a realizar 4 voos diários entre Caracas e Miami, um voo a San Juan e seis operações semanais, a Nova Iorque e Dallas, mas reduziu os seus lugares em 19%.
A Lufthansa diminuiu 37% da oferta de lugares disponíveis no voo diário que realiza para Frankfurt, passando de 306 para 221 as cadeiras disponíveis.
A espanhola Ibéria reduziu 31% a oferta de lugares, passando de 346 para 278 lugares, e de 7 para 6 as frequências semanais entre Caracas e Madrid.
A Air France continua a efetuar um voo diário a Paris, mas em vez de um Airbus A340-300 de 275 lugares, usa um A330-200 com capacidade para 208 passageiros. A Air Europa reduziu a oferta de lugares em 15% e reduziu de 7 para 6 os voos semanais que realiza entre Caracas e Madrid.
Segundo a imprensa venezuelana a brasileira Gol é a única linha aérea que aumentou (em 58%) o número de frequências à Venezuela, passando de 7 para 10 os voos semanais entre Caracas e São Paulo.
A 14 de março último o presidente Nicolás Maduro anunciou que tomará "medidas severas" contra as linhas aéreas estrangeiras que deixem de operar no país ou reduzam o número de voos para a Venezuela.
"Não têm nenhuma desculpa as linhas áreas para reduzir os voos a Venezuela. Eu digo aos donos das linhas aéreas internacionais que quem se for do país nesta conjuntura, não voltará até novo aviso. Contra quem reduzir voos para a Venezuela tomarei medidas severas, porque faz parte dessa guerra que nos querem fazer. Teremos forças para substituir [essas companhias aéreas]. Para isso temos a nova Conviasa", frisou Nicolás Maduro.
noticiasaominuto
SEDA COLLEGE, FAÇA UM INTERCÂMBIO DE VERDADE COM E SEGURO